quinta-feira, 17 de março de 2011

Náutico 2x0 Bangu - A diferença do camisa 10


Era Copa do Brasil. O Bangu havia surpreendido na primeira fase. Os torcedores banguenses sabiam que o Náutico, adversário da vez, era perigoso, mas estavam esperançosos. E os jogadores, que sabiam mais ainda do cuidado que deveriam ter com o Timbu, estavam confiantes. E, confiantes que estavam, começaram a partida pressionando.
Aos seis, Ricardinho recebeu um bom passe e chutou rasteiro. A bola passou perto da trave esquerda do goleiro Douglas.
Três minutos depois, foi a vez de André Barreto, do Bangu, arriscar, de fora da área. Douglas espalmou.
O Náutico não jogava bem. Estava bagunçado, os jogadores não respeitavam sua próprias posições e erravam muitos passes. O Bangu aproveitava.
Mas, aos 16, o jogo melhorou. Capitaneado pelo meia Eduardo Ramos, o Náutico começou a atacar, mudando completamente de postura. A equipe que estava nervosa, confusa e errava passes a todo o momento, agora, era um time disciplinado taticamente. Mas, apesar da mudança, o Náutico só foi chegar com perigo no gol adversário aos 27 minutos.
Ricardo Xavier acertou ótimo passe para seu companheiro de ataque, Bruno Meneghel, chutar na trave. No rebote, Eduardo Ramos recebeu, mas foi desarmado pela defesa do Bangu.
O Náutico pressionava. Cada vez mais. Enquanto o Bangu se encolhia. Cada vez mais.
Aos 43, Airton, do alvirrubro pernambucano, cobrou um escanteio. Colocou a bola na cabeça de Wescley, na pequena área. O zagueiro testou a bola e Thiago Leal fez uma defesa espetacular.
Três minutos depois, fim do primeiro tempo.
A partida era dos goleiros. Thiago Leal e Douglas se destacavam e eram ovacionados pela torcida presente no estádio. Mal esperavam os torcedores que dali a poucos instantes, a camisa 10 iria fazer diferença.
Aos quatro minutos, Eduardo Ramos recebeu no meio-campo e seguiu. Quando chegou perto da grande área, no lado direito, chutou. O goleiro do Bangu estava na bola, mas não havia visto o pequeno relevo que se encontrava em sua frente. E, como de praxe, a bola quicou justamente onde não devia: no morro artilheiro.
O Náutico não parava. Envolvia a defesa adversária, dominava a partida.
Aos 16 do segundo tempo, Eduardo Ramos cobrou falta e pingou a bola na área. Bruno Meneghel, de cabeça, acertou a trave.
Dez minutos depois, o Bangu ensaiou uma reação, com um bom chute de Thiago Galhardo. Mas não adiantava nada um jogador acordar se o resto da equipe continuava dormindo.
Aos 40, o Bangu começou a tocar a bola. Não tinha o menor interesse em se expor. Era muito mais seguro levar a decisão para Pernambuco. Mas o Náutico não queria saber disso.
No minuto seguinte, Eduardo Ramos recebeu e, de fora da área, encheu o pé. Novamente, a bola explodiu no travessão.
E, aos 45, segundos antes de terminar a partida, Rogério demonstrou raça. O menino evitou que a bola saísse no lado direito do ataque do Náutico e cruzou. Eduardo Ramos recebeu. Com calma, chutou, conferiu e correu para o abraço, mostrando a estrela do verdadeiro camisa 10.
- Jogamos bem e tive a felicidade de fazer os dois gols e saímos com a vitória e classificação. Sabíamos que isto poderia acontecer. Respeitamos o adversário, mas conseguimos nosso objetivo - disse, após a partida.
A felicidade dos jogadores do Timbu contrastava com a tristeza dos jogadores e torcedores do Bangu. Mas não tem porque ficar triste.
O Bangu lutou, marcou, gritou, chorou e, principalmente, mostrou para o Brasil inteiro a força da paixão do futebol do Rio de Janeiro.

Postado por Rafa Bala
@RafaaBala
rafa_bala@rocketmail.com

0 comentários:

Postar um comentário