segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

CATEGORIAS DE BASE: "FORMAÇÃO E EDUCAÇÃO DE ATLETAS".













Olá queridos leitores.
Através desta coluna, gostaria de relatar o que eu penso sobre a formação de "atletas"ou apenas jogadores de futebol, em categorias de base espalhadas em todas as equipes do Brasil.
Para mim, hoje é bem claro que nós jogadores de futebol somos tratados como mercadorias. O primeiro comprador que pagar bem, leva a mercadoria. Assim como os cavalos que vivem em um haras sendo preparados para os dias de corridas, onde são apostados milhões e milhões de dólares esperando pelo êxito de um deles. Ou até mesmo como carros, que são escolhidos pela cor, modelo, potência do motor e etc.
Não questiono essa forma de pensamento, pois os clubes investem um valor muito alto em nós, e como em qualquer outro investimento, esperam um retorno financeiro em curto ou à longo prazo. Mas o que questiono, é a forma como ocorre a preparação dos atletas. O jovem jogador já nasceu com o dom e o talento de jogar futebol, isso já vem dele e ninguém precisa ensiná-lo, somente aprimorá-lo com os treinamentos. Mas até esse jogador chegar às equipes profissionais, existem áreas da vida que para mim são fundamentais e precisam ser muito bem trabalhadas, para que todo o investimento feito nesses atletas não se perca em pouco tempo e sejam desperdiçados grandes talentos precocemente, como já vimos muitos se perderem por aí.
Lembro-me bem, de muitos jovens jogadores que estiveram comigo nas categorias de base, tinham talento de sobra com a bola nos pés, porém não chegaram às equipes profissionais, por falta dessa tão famosa "BASE"que dizem, mas não usam na prática. Quem nunca ouviu a frase: "Esse jogador é uma eterna promessa". Pois bem, no meu ponto de vista, existem algumas áreas da vida que os dirigentes dos clubes deveriam dar mais atenção nas categorias de base, já que a categoria é chamada "CATEGORIA DE BASE", deve-se fazer juz ao nome, não somente dando base para jogar futebol, mas também dando base na formação de um HOMEM.
As jovens promessas devem ser preparadas pelos seus clubes... como por exemplo, para o contato social. Quantos jovens jogadores conseguem conceder uma entrevista, se expressar de uma forma correta e clara? Quantos estão preparados para receberem os seus fãs de uma forma atenciosa? Até mesmo, quantos estão preparados para receber uma crítica mais rígida?
Outro exemplo que acontece muito, é o abandono familiar que esses jovens comentem. Existem jogadores que estão ainda nas categorias de base, que abandonam o contato com seus pais e familiares e isso acaba se agravando quando alcaçam o profissionalismo. Não estou dizendo isso por sensacionalismo, mas por que já presenciei por muitas vezes esses casos.
Outra situação bastante comum, é o desperdício que os jovens sem orientações fazem do dinheiro que recebem..... é verdade cada um faz o que bem entender com o seu dinheiro que recebe, eu não tenho nada a ver com isso, mas não custa nada dar uma orientação.
Hoje em dia não se pregam mais esses valores, porém os clubes deveriam se preocupar um pouco mais com a formação de "HOMENS", eu digo "HOMENS", no sentido da palavra: homens com caráter, personalidade para enfrentar seus problemas, homens com um sentido de vida e que sabem da importância e da responsabilidade que carregam. Os clubes e dirigentes, poderiam se preocupar mais em colocar profissionais da área da educação à disposição dos jovens atletas e ocupar suas horas vagas, principalmente dos que vivem alojados nos clubes, com cursos profissionalizantes, leituras e etc. Mas para que ? Os gastos dos clubes já são muito altos e isso só iria aumentar as despesas... EIS A QUESTÃO.
Não deveriam somente pensar em quantos milhões esse ou aquele jogador irá render aos cofres do clube, mas sim, em também se orgulhar em formar mais um HOMEM preparado para encarar a sociedade, que por sinal não é nada fácil. Quem sabe assim, daqui alguns anos não escutaremos frases irônicas ao nosso respeito, como a frase usada por Thierry Henry (famoso jogador francês), durante a Copa do mundo de 2006, antes do confronto contra o Brasil: "É difícil definir os jogadores do Brasil, pois eles já nascem com a bola nos pés. Por outro lado, quando eu era criança, precisava estudar das 7h às 17hs. Pedia ao meu pai para jogar bola, e ele dizia que primeiro vem os estudos. Já eles (brasileiros), jogam futebol das 8h às 18hs". (Fonte site Terra).
Se ele quis dizer que nós jogadores brasileiros somos analfabetos, não sei. Mas poderíamos tentar melhorar essa imagem de que os jogadores de futebol no Brasil, não sabem fazer outra coisa, a não ser jogar futebol.

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