domingo, 13 de março de 2011

Há dirigentes no Fluminense?


Anteriormente postei nesse blog que Campeonato Estadual serve, apenas, para derrubar técnico. Infelizmente, eu estava certo.



Contudo, o que mais me impressiona não é a - agora, já irreversível, conforme postei no meu twitter - saída do excepcional técnico Muricy Ramalho do comando do Fluminense, e sim, o que causa mais preocupação, o enredo que envolveu o desligamento do mesmo.
De fato, se já causa espécie a demissão/saída do mais vitorioso técnico da era dos pontos corridos, e atual Campeão pelo Fluminense (depois de 26 nos, nunca é demais lembrar) ainda mais espantosos são os fatos que podem ser atribuídos como sendo os motivos de tal desligamento, a saber: Críticas públicas do Presidente ao técnico; Críticas públicas do Presidente à equipe; a eterna intromissão do "Mecenas" Celso Barros no Futebol Tricolor; Reclamação pelo fato do técnico pedir melhor estrutura (diga-se, que foi prometida); Demissão (acertada, mas MUITO inoportuna) de um cidadão chamado Alcides Antunes (figura arcaica cuja efetiva função por muitos era ignorada, inclusive por este blogueiro), entre outros inúmeros fatos ocorridos nos últimos 02 meses.
Em síntese, falta de direção, de gestão.
É fato que o primeiro semestre de 2011 já é passado, pois, afetada pelo clima dos bastidores, a equipe do Fluminense é um bando em campo, o que é agravado pelas ausências (que já não causam mais espanto) de Fred, Emerson, Deco e demais "craques" do Mecenas. Com isso, no Fluminense só se fala da preparação para o Campeonato Brasileiro, uma vez que na Libertadores e no Carioca as chances são remotas.
O fato é que a saída do Muricy Ramalho do Fluminense é fruto da absurda ingerência do Mecenas no futebol, o que deveria ser repelido pelo Presidente Peter, que não se posiciona por ter sido eleito sob a benção do Patrocinador, o que já foi um erro, comprometendo a independência da sua gestão.
O "jeito Muricy" definitivamente não combina com o estilo "Mecenas" do Celso Barros, que nem parece o Presidente da Patrocinadora, mas alguém que põe recursos do próprio bolso no Fluminense, e nem se fosse assim poderia ter a absurda participação (leia-se, comando) que efetivamente tem no futebol do Fluminense.
Ainda na época do São Paulo FC o Muricy Ramalho já era vitima de dirigentes que não gostavam do seu jeito meio turrão de ser, por vezes mal humorado, embora muito arrefecido na passagem pelo Fluminense, mas, muito mais inteligentes, os dirigentes são-paulinos deixaram o técnico trabalhar por mais tempo e acumular 03 títulos brasileiros que tornaram o SPFC uma potência. Nas bandas do Laranjal, todavia, em que pese a recente conquista, impera a baixo auto-estima, e o estigma da mediocridade tende a imperar.
Nesse contexto, e à deriva, é que se encontra o Presidente Peter Siemsen, que não tem a independência necessária para colocar o Mecenas no seu devido lugar (representante do patrocinador), como também não teve para afastar, no primeiro dia se sua gestão, o "colaborador" Alcides Antunes, figura cuja colaboração pode ter sido destinada a qualquer um, menos ao bom funcionamento e ao bom ambiente do Fluminense. Uma lástima.
Nesse vácuo de comando é que o Fluminense, que com autoridade é o atual Campeão Brasileiro, vai se perdendo no ano de 2011, e tem tudo para ser eliminado já na primeira fase da Libertadores de 2011, o que será catastrófico para a gestão do Presidente Peter Siemsen.
A saída de Muricy Ramalho, pelas razões que a envolvem, representa o retrocesso.
Fica a pergunta: Há dirigentes no Fluminense?
Por @brunodallorto

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